Quer descobrir quais são os principais desafios de logística no varejo, saber como superá-los, entender o conceito de Logística 4.0 e conhecer as principais tendências de logística no varejo? Leia esta entrevista!
Um bom mix de produtos e uma equipe qualificada não bastam para garantir o sucesso de uma loja. Além de tudo isso, é preciso pensar em ações de marketing, cuidar do caixa, ficar de olho nas tendências, e assim por diante. Ou seja, a missão de ser um bom gestor de varejo é desafiadora!
Sabendo disso e pensando em facilitar a sua jornada, sempre que possível abrimos nosso leque de conteúdos e convidamos um especialista para falar sobre um assunto que é importante para o dia a dia de profissionais do varejo e que, porém, muitas vezes acaba sendo deixado de lado.
É o caso, por exemplo, de logística no varejo.
Vamos resolver isso?
Nosso convidado de hoje é especialista no assunto.
Mestre em Administração, Hélio Meirim coordena a Comissão de Logística do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro e é CEO da HRM Logística Consultoria & Treinamento. Em um bate-papo com a nossa equipe, ele revelou os principais desafios de logística no varejo, explicou como superá-los, apresentou o conceito de Logística 4.0, e muito mais. Siga a leitura e aprenda mais sobre este assunto tão importante!
Hélio Meirim – Primeiramente, vale destacar que os princípios de gestão logística podem ser aplicados em empresas de todos os portes. Ou seja, os pequenos e médios varejistas têm enorme potencial de melhoria se conseguirem adotar práticas de gestão logística em seus negócios.
Com relação aos principais desafios, destaco:
– Entender como ajustar a previsão de demanda.
– Rápido crescimento dos custos, particularmente dos relativos à aquisição de materiais, serviços de transporte, armazenagem e estoques.
– Desenvolvimento de Tecnologias de Informação capazes de tratar eficientemente a massa de dados necessária para a análise de um problema logístico.
– Mudanças de mercado e de canais de distribuição (lojas físicas e virtuais).
– Complexidade crescente da administração de materiais e da distribuição física, tornando necessários sistemas mais complexos.
– Competição cada vez mais acirrada.
Uma das estratégias que usamos junto aos nossos clientes é alicerçada em três passos:
1) Entender o que é e como a logística pode ser um diferencial competitivo no negócio. Ou seja, a logística deve ser uma área estratégica que agrega valor;
2) Buscar profissionais capacitados em logística. Neste caso podem ser profissionais contratados como colaboradores ou consultores externos;
3) Implementar processos integrados, que busquem otimizar o ciclo do pedido do cliente (desde o momento da entrada do pedido, passando pela entrega do produto comprado e se encerrando quando o cliente se diz satisfeito com o produto adquirido).
Tenho acompanhado PMEs e, muitas vezes as falhas consistem em:
– Ausência de conhecimento sobre processos de gestão logística.
– Decisões que não são baseadas em fatos e dados.
– Ausência de visão sistêmica (integração entre os setores da empresa)
– Ausência da visão de custo total.
Sempre sugerimos um leque de indicadores. Alguns podem ser gerais (para todas as empresas) e alguns podem ser bem específicos. Quanto aos indicadores logísticos gerais, recomendamos:
– Giro e cobertura de estoque.
– Nível de serviço das entregas e índices de extravios e atrasos.
– Tempo do ciclo do pedido.
– Custos de estoque e custos de fretes.
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O desempenho logístico está relacionado a três grandes fatores: pessoas, processos e tecnologia.
Neste sentido, a capacitação da equipe é um ponto de grande relevância. Nossa sugestão é que a equipe conheça e participe da construção de todos os processos e, assim, possa identificar como podem ser otimizados (em termos de tempo e de custo).
Além disso, é importante que a equipe busque formação e experiência em logística, mas também em mapeamento e otimização de processos, gestão de projetos, metodologias ágeis.
Esta decisão depende muito da estratégia do negócio.
Existem muitas vantagens em termos parceiros externos realizando nossas operações logísticas. Porém, é importante ressaltar que, se a escolha for terceirizar, a empresa precisará desenvolver um bom processo de seleção, qualificação e avaliação de fornecedores.
Tenho percebido que omnichannel (integração lojas físicas, virtuais e compradores) é uma tendência do varejo. E esta tendência traz uma grande mudança na estratégia logística da empresa, pois ao adotá-la, haverá uma convergência de todos os canais utilizados por uma empresa. Ou seja, o consumidor não enxergará mais diferença entre o mundo online e o offline.
Outra tendência que percebo é adoção de tecnologias para suportar alguns dos processos logísticos como picking, packing e outros.
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Primeiramente, é importante entendermos que o termo Logística 4.0 está relacionado às questões da Indústria 4.0, ou à Quarta Revolução Industrial.
Trata-se de incorporar à cadeia de suprimentos (supply chain) diferentes tecnologias, como:
– Computação em nuvem (cloud computing).
– Internet das Coisas (IoT).
– Machine Learning (aprendizado de máquina).
– Inteligência Artificial (IA).
– Big Data.
– Sistemas ciberfísicos.
– Etc.
Quando conseguimos integrar algumas destas tecnologias temos as “fábricas inteligentes”, que buscam autogerenciar seus próprios processos de maneira descentralizada e autônoma, com operações mais enxutas, personalizadas e eficientes.
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Procure entender como a logística pode ser usada como um diferencial competitivo de seu negócio frente aos concorrentes. Entenda que processos agregam valor para o cliente e elimine os demais. Invista na capacitação das pessoas e procure fazer um bom uso das tecnologias disponíveis para automatizar seus processos.
Tudo isso fará a diferença nos seus resultados.
Sucesso e boas vendas!