O trabalho dos profissionais que atuam no mercado hoteleiro não é fácil. Porém, as dificuldades da hotelaria podem ser superadas. Para isso, além de entender o ramo, é preciso se motivar para estar sempre em busca de mais conhecimento. Afinal, é isso que trará os resultados almejados.
Quando estamos passando por dificuldades, seja na vida profissional ou pessoal, histórias de superação e sucesso nos ajudam a perceber que é possível sair da estagnação e da inércia para atingir o que desejamos. São essas histórias, aliás, que nos fazem enxergar que as dificuldades que enfrentamos não são “bichos de sete cabeças” e que para superá-las existem formas e maneiras relativamente mais fáceis do que imaginamos. Sem esquecer, é claro, da importância que o foco e a disciplina têm para alcançarmos essas metas.
Esta reflexão sobre as dificuldades da hotelaria foi o ponto de partida da nossa conversa com Osvaldo Julio Neto, uma referência na hotelaria nacional.
Formado em Hotelaria pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo, pós-graduado em Administração, Finanças Empresariais e Negócios e com MBA em Gestão de Processos, Osvaldo, que trabalhou em grandes hotéis e resorts ao longo de sua carreira, também é autor do livro “A Hotelaria na Visão de Um Gerente-Geral”, obra em que dá dicas sobre como gerir um hotel.
Segundo ele, a ideia de lançar o livro surgiu em 1996, assim que ele terminou a faculdade e começou a trabalhar na hotelaria…
Com muita experiência na função, Osvaldo aponta que um gerente-geral é como se fosse uma espécie de maestro de um hotel. Afinal, é o responsável direto pela harmonia e pelo sucesso de uma grande equipe.
“Obviamente que quem ‘toca’ o hotel são as equipes, mas, o gerente geral deve, assim como um maestro, ditar o caminho e o ritmo da obra. Impor sua marca”, analisa.
Toda essa responsabilidade vem acompanhada de uma pressão que é inerente ao cargo. Quando questionado sobre o papel do gerente-geral na hotelaria, o especialista foi direto: “Seja no lucro ou no prejuízo, a culpa é do gerente. Assim como na reclamação ou no elogio. Ou seja, ele é geral e, portanto, deve tomar conta de tudo”, comenta.
Com tantas responsabilidades e com a pressão que o cargo impõe, o alinhamento e o relacionamento com o resto da equipe são ingredientes fundamentais para o sucesso de um gerente-geral. Osvaldo explica por quê. “Sem trabalho em equipe ninguém faz nada. Um papel muito importante do gerente-geral é manter todos os funcionários sempre muito contentes, com todo o cuidado e atenção que gostaria de ser tratado também”, salienta.
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“A maior dificuldade da hotelaria está relacionada à gama de situações que acontecem no dia a dia. É impressionante como surgem coisas novas todos os dias. Temos que estar preparados. Destaco, por exemplo, situações com funcionários ou clientes, o temido fluxo de caixa, a carga horária e o mercado que não anda bem ultimamente”, pontua.
Para evitar que essas dificuldades prejudiquem não só o trabalho do gerente, mas de todo o estabelecimento, Osvaldo afirma que é necessário muito conhecimento, muita paciência e experiência. “Sempre falo que se você tiver conhecimento e paciência tudo fica mais fácil. Afinal, assim, você consegue evitar que os problemas aconteçam através de treinamentos, estratégias, procedimentos e supervisão. Se ainda assim ocorrerem problemas, é preciso ter calma, jogo de cintura e foco no que está errado e pode ser melhorado, sempre usando de sua experiência”, completa.
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Todo profissional – de qualquer área – precisa saber não apenas o que deve fazer, mas também o que NÃO pode fazer em hipótese alguma. Afinal, agindo desta forma ele iria prejudicar não apenas a sua imagem, mas também a da empresa.
Segundo Osvaldo, no caso da hotelaria e especificamente na função de gerente-geral, esta é a lista do que não deve ser feito:
– Não dar atenção aos sinais de problemas.
– Deixar de dar atenção aos funcionários.
– Não focar na qualidade.
– Não acompanhar os números diariamente.
– Não se manter atualizado.
– Não ser um exemplo para a equipe.
“Para evitar todas essas falhas, é preciso ter muito conhecimento técnico. Além disso, é necessário ser muito disciplinado. Afinal, deve-se ter isso em mente diariamente, o tempo todo”, afirma.
Osvaldo destaca ainda que este é um cargo que exige muito do profissional. Neste sentido, o especialista aponta que um bom gerente-geral precisa ser, dentre outras coisas:
Otimista, realista e pé no chão, exigente, curioso, organizado, determinado, conhecedor do que faz, objetivo, focado, persuasivo, inspirador, professor, perfeccionista, detalhista, entusiasmado, cumpridor de regras, estrategista, paciente, ponderado, estável e seguro, gentil, discreto, pacífico e pacificador, agradável, planejador, rápido, ágil, eficaz, resiliente, tolerante, bem relacionado, educado, bom ouvinte, sociável, multitarefa, líder, técnico, cumpridor de metas e improvisador.
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“Aos 5 anos de idade, depois de me hospedar no Hotel Bourbon, de Foz do Iguaçu, decidi fazer hotelaria! Sou muito feliz por ter escolhido esta profissão. Ela não tem rotina, cada dia é uma surpresa, cada dia é gente nova que conhecemos. Há muitos desafios, mas garanto que é muito bom! Dedique-se, estude, atualize-se, seja inovador e surpreenda sempre. Viva a Hotelaria! Viva o Hoteleiro!”, finaliza.
Inspirador, não é mesmo?
Se você está apenas começando na área, ou ainda deseja começar, ou mesmo já trabalha há algum tempo na hotelaria e ainda não obteve os resultados que deseja, todas as dicas compartilhadas pelo Osvaldo e a própria experiência dele com certeza irão ajudá-lo na sua trajetória!
Sucesso!
Livro: A hotelaria na visão de um gerente-geral
Autor: Osvaldo Julio Neto
Editora: Cia do Ebook
Número de páginas: 318