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A plataforma de compartilhamento de residências Airbnb nasceu há dez anos. Muitas coisas mudaram no segmento de hospedagem desde então, e uma parte dessas transformações foi impulsionada pelo site. Mas quais são os reais impactos do Airbnb no mercado hoteleiro? Como ele influencia o relacionamento entre estabelecimentos e viajantes?
É sobre isso que refletimos neste artigo!
Continue a leitura e entenda melhor o papel do Airbnb nas transformações no segmento de turismo e viagens.
→ Em 10 anos, o Airbnb realizou mais de 260 milhões de aluguéis de residências para viajantes. Fonte: Reuters
→ O Airbnb tem mais de 5 milhões de estadias listadas, em 81 mil cidades, em mais de 190 países. Fonte: Airbnb
→ No Brasil, há mais de 180 mil ofertas de residências e quartos. Destas, 71% são imóveis inteiros, 27% são quartos privativos e 2% quartos compartilhados. Fonte: Valor Econômico
→ Em janeiro de 2018, a empresa atingiu a marca de 1,6 bilhão de reais gerados por anfitriões brasileiros. Fonte: Exame
Mas a empresa que nasceu com foco em fazer a conexão entre pessoas que alugam suas casas ou quartos e viajantes em busca de hospedagens alternativas quer ir muito além das estadias.
Nos últimos anos, o Airbnb evoluiu para se tornar uma plataforma de serviços diversos. O objetivo? Proporcionar uma experiência completa aos viajantes.
— De que maneira o modelo de negócios do Airbnb influencia e impulsiona transformações no mercado de hospedagem?
— Como os serviços oferecidos pela plataforma moldam as expectativas dos viajantes?
— Até que ponto a presença do Airbnb pode condicionar os preços das hospedagens em determinada região?
Para responder essas dúvidas listamos a seguir alguns dos principais impactos do Airbnb no mercado hoteleiro. Tudo isso vem impulsionando mudanças importantes nos negócios de hospedagem e no relacionamento entre estabelecimentos e viajantes. Acompanhe!
Um estudo realizado pela Ecole Hôtelière de Lausanne (EHL) analisou os impactos do Airbnb no mercado hoteleiro da região de São Francisco, na Califórnia.
A pesquisa identificou que o volume de Airbnbs em uma área não influencia a trajetória de crescimento do RevPar dos estabelecimentos locais.
Na prática, isso mostra que, muitas vezes, o Airbnb é visto pelos viajantes como um serviço complementar. Ou seja, nem sempre significa competição para hotéis e pousadas da mesma região.
Isso acontece porque muitas pessoas ainda querem vivenciar a experiência proporcionada por hotéis quando estão viajando. Afinal, para muitos, ficar em um hotel faz parte da experiência de viajar. Nesse sentido, muitas vezes, aqueles que optam pelo Airbnb já não eram o público do mercado hoteleiro em primeiro lugar…
→ Por outro lado, a pesquisa da EHL identificou que o preço médio cobrado pelos Airbnbs pode influenciar no valor das estadias em hotéis da mesma região.
No entanto, isso não significa necessariamente algo ruim.
O estudo indica que o preço cobrado por estabelecimentos hoteleiros sofre um impacto positivo por conta do valor dos Airbnbs. Ou seja, quanto maior o preço cobrado pelos Airbnbs, mais alto hotéis da mesma região conseguem cobrar pela estadia.
Por fim, a pesquisa da Ecole Hôtelière de Lausanne apontou que entre os impactos do Airbnb no mercado hoteleiro destaca-se a reformulação das expectativas dos viajantes.
De acordo com o levantamento, o aumento da qualidade das hospedagens oferecidas pelo Airbnb tem efeito direto na performance do hotel.
→ Quanto maior a satisfação dos hóspedes em relação aos Airbnbs, menor é o RevPar de hotéis da região.
Esses resultados indicam que a experiência oferecida pelo Airbnb remodela as expectativas dos viajantes em relação à estadia. Isso porque uma das principais transformações causadas pela plataforma no segmento de hospedagem é que ela passou a colocar um foco maior na experiência do viajante – e menos em serviços/produtos oferecidos.
Alguém se hospedando em um Airbnb não tem um frigobar no quarto, mas pode fazer seu próprio jantar com os ingredientes que comprou no mercado local. Essa pessoa também não tem alguém para carregar sua mala, mas é recebida por um morador local, que está compartilhando sua casa e seus utensílios.
É nesse sentido que as expectativas dos viajantes atuais foram remodeladas pelo Airbnb.
Isso não quer dizer que seu hotel ou pousada deva mudar totalmente seu modelo de negócio. Até porque, como comentamos antes, muitos viajantes querem ter a experiência da estadia em um hotel. No entanto, é importante adicionar à hospedagem toques e detalhes para torná-la mais pessoal e personalizada.
Com a possibilidade de hotéis independentes e pousadas anunciarem seus estabelecimentos no Airbnb, a plataforma se posiciona como um parceiro estratégico da hotelaria. E, acredite, um parceiro mais benéfico do que as OTAs!
→ Rebecca Stone, analista sênior da Skift Research, indica que o Airbnb cobra de 3 a 5% dos hotéis, enquanto OTAs cobram até 15% (ou mais, em alguns casos). Como resultado, o anúncio no site pode ajudar a diminuir os custos com distribuição e ainda aproximar o estabelecimento dos viajantes da atualidade.
É importante destacar ainda que o Airbnb não aceita anunciar grandes redes de hotéis. O que, portanto, favorece hotéis e pousadas de pequeno e médio porte.
→ Além disso, a especialista indica que outra vantagem para negócios hoteleiros anunciarem no Airbnb é a possibilidade de ajudar a fortalecer o relacionamento com o público. Afinal, enquanto as OTAs centralizam toda a comunicação com os hóspedes, o Airbnb permite que os hoteleiros se comuniquem diretamente com os viajantes.
Mas ainda há muita crítica em relação ao modelo de negócios do Airbnb.
O comentário mais comum é que a marca não possui nenhum imóvel, apenas anuncia e faz a conexão entre hosts e viajantes. Sendo assim, muitos empresários apontam que a carga tributária da empresa é menor, o que permite que ela pratique preços mais competitivos.
“A localização da oferta do Airbnb não está fora das áreas hoteleiras. Se os impostos que a hotelaria carrega são diferentes, é lógico que os preços do Airbnb também se apresentem mais vantajosos“, aponta Manuel Gama, presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).
Em várias cidades o governo começou a se mobilizar para resolver essa questão.
→ Caldas Novas (GO) foi o primeiro município brasileiro a implantar uma legislação que regulamenta esse tipo de operação de aluguel por temporada por meio de aplicativos.
Como você pode perceber, esse novo modelo de negócio já causou e ainda vem causando grandes transformações no mercado hoteleiro.
Analisando este cenário, independentemente do que ainda vai acontecer, uma questão fica clara:
→ Os impactos do Airbnb no segmento de hospedagem estão diretamente relacionados às transformações no comportamento e no perfil dos viajantes, que buscam cada vez mais experiências marcantes e personalizadas em suas viagens.
O Airbnb percebeu isso e criou um modelo de negócio centrado na experiência.
É importante criar ações que ajudem a elevar a experiência da estadia em seu estabelecimento!
Você pode fazer isso por meio de serviços, produtos e atendimento mais personalizados e focados em explorar os valores de sua marca e as características únicas da sua região.
O que não dá é para ficar parado. Concorda?
Portanto, leve tudo isso em consideração e comece a pensar no futuro do seu estabelecimento.
Sucesso!
Leia também:
→ Lições do novo Airbnb para seu hotel ou pousada
→ Lições do Airbnb Business: como atrair hóspedes em viagens corporativas
→ 6 lições do Airbnb para hotéis ou pousadas
→ Como o turismo criativo pode ajudar a atrair mais hóspedes
→ O que é omotenashi e quais são as lições que esse conceito traz para o seu estabelecimento
